Lagoa vai receber um concurso único no mundo

  • Concurso Cidades do Vinho é organizado pela AMPV (Associação de Municípios Portugueses do Vinho) e ARVP (Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal). Cerimónia de apresentação decorreu no dia 25 de setembro, em Cascais.
  • Concurso conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República e o apoio institucional do Ministério da Agricultura. Secretário de Estado da Agricultura presidiu à cerimónia de apresentação.
  • Secretário-geral da AMPV afirma que “este concurso é único no mundo” e pelas suas particularidades “não pretende competir com nenhum outro”.
  • Importantes personalidades do setor associam-se ao concurso e integram o júri e as Comissões Científica e de Honra. A totalidade dos municípios associados (90 presidentes de Câmara) já aderiu ao Concurso.

As particularidades únicas do Concurso Cidades do Vinho, o trabalho inovador da AMPV (Associação de Municípios Portugueses do Vinho) e da ARVP (Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal) e o seu espírito de iniciativa nos tempos difíceis que atravessamos foram aspetos que, de forma unânime, foram realçados pelos oradores convidados da sessão de apresentação deste concurso, que decorreu na passada sexta-feira, 25 de setembro, no auditório da Casa das Histórias – Paula Rego, em Cascais.

O concurso irá decorrer e Lagoa, de 26 a 29 de novembro, e neste momento já está a receber inscrições. Das principais características diferenciadoras do concurso, destacam-se a promoção conjunta dos vinhos e dos territórios, a inscrição que será válida também para o Concurso Internacional Città del Vino (Itália, maio 2021) e a participação dos vinhos mais pontudos de cada região vitivinícola na primeira edição da Prova Nacional de Vinhos (Anadia, maio de 2021).

Foram estas particularidades que terão contribuído para que o Presidente da República atribuísse o seu Alto Patrocínio a esta iniciativa, bem como o Ministério da Agricultura lhe concedesse o seu apoio institucional, sendo parceiro do Concurso.

SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA PRESIDIU À CERIMÓNIA DE APRESENTAÇÃO

Nuno Russo congratulou-se com a realização deste concurso e destacou a singularidade de participação conjunta de municípios e produtores, assim como o trabalho da AMPV e ARVP na promoção e divulgação dos vinhos nacionais e das várias regiões de Portugal, ligadas à produção de vinhos qualidade e ao que de melhor se produz no território.

“Os concursos são sempre momentos de valorização das nossas Denominações de Origem e das Indicações Geográficas, pelo que é essencial a certificação dos nossos vinhos para garantirmos a preservação da sua origem, da sua qualidade, mas também a promoção da nossa excelência e divulgação do nosso valor”, defendeu o Secretário de Estado, acrescentando que “este concurso em particular permite a defesa e a divulgação da identidade dos territórios e da sua relação com a cultura do vinho, possibilitando uma ocasião de promoção dos municípios”.

Nuno Russo constatou ainda que nestes tempos de pandemia, a agricultura não parou e as exportações também não. “Acreditamos na resiliência do setor”, afirmou, acrescentando que “em boa hora o Presidente da República se juntou a nós e a vós neste concurso, com a sua chancela de Alto Patrocínio, o que é um estímulo ainda maior que temos de juntar ao excelente comportamento do setor. Temos de, com iniciativas como esta, ser capazes de promover a excelência dos nossos produtos, a capacidade de produzir e de criar valor acrescentado”.

SECRETÁRIO-GERAL DA AMPV AFIRMA QUE “ESTE CONCURSO É ÚNICO NO MUNDO” E “NÃO PRETENDE COMPETIR COM NENHUM OUTRO”

O Concurso Cidades do Vinho está inserido no Concurso Internacional que há 18 anos é promovido pela associação italiana Città del Vino, e “é único no mundo por unir os municípios e os produtores, ou seja, por promover simultaneamente os vinhos e os territórios”, começou por destacar José Arruda, secretário-geral da AMPV. José Arruda lembrou a grande representatividade e sucesso que os vinhos portugueses têm alcançado neste concurso internacional e adiantou que a expectativa da organização é um aumento substancial do número de vinhos inscritos.

“Acreditamos que será possível termos mais de 500 vinhos em prova no concurso nacional, o que significará um peso muito grande dos vinhos portugueses no concurso internacional em Itália”, já que ficam automaticamente inscritos no concurso internacional os vinhos que participarem no Concurso Cidades do Vinho, frisou José Arruda, destacando ainda a iniciativa que irá ser realizada pela primeira vez em Portugal: a Prova Nacional de Vinhos, no dia 1 de maio de 2021, na Anadia, e a qual irá envolver mais de meio milhar de pessoas a provar os vinhos mais pontuados do Concurso Cidades do Vinho.

José Arruda agradeceu a todos os que aceitaram fazer parte das comissões deste concurso, nomeadamente os 90 presidentes de Câmara – a totalidade dos municípios associados -, uma vez que “o sucesso deste concurso só é possível com o envolvimento dos municípios”. Finalizou a sua intervenção afirmando que “este concurso não pretende competir com nenhum outro, porque tem uma ótica e uma visão totalmente diferentes. A sua essência fundamental é o território, as suas potencialidades, os seus produtos endógenos, o turismo, o vinho”.

MUNICÍPIO DE LAGOA SERÁ O ANFITRIÃO DO 1º CONCURSO CIDADES DO VINHO

Enquanto anfitrião do concurso, Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, reconheceu que a realização desta iniciativa “é uma oportunidade para o Algarve e uma chamada de atenção para os vinhos algarvios”, até porque “os vinhos mais a sul estão cada vez melhores”.

Prova de que o setor no Algarve, e em particular Lagoa, está no bom caminho é o facto de que em 2016 – ano em que Lagoa deteve o galardão de Cidade do Vinho – existiam três produtores no concelho e hoje, quatro anos depois, esse número triplicou. O enoturismo algarvio também tem dado provas da sua vitalidade e Luís Encarnação acredita que essa área poderá dar “um enorme contributo para mitigar as consequências da sazonalidade” tão presentes numa região como o Algarve.

PRESIDENTE DA CAP DESEJA QUE O CONCURSO “GANHE EXPRESSÃO”

Entre muitas outras entidades presentes nesta cerimónia, esteve a CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, na pessoa do seu presidente, Eduardo Oliveira e Sousa. “O que enaltece o território, as histórias e a cultura, só pode promover o país. Era muito bom que este concurso ganhasse expressão, porque o importante é enaltecer o trabalho dos viticultores, dos produtores, do país”, revelou.

Em representação de Carlos Carreiras, presidente do Município de Cascais, esteve Luís Capão, da Cascais Ambiente, e enquanto anfitrião desta sessão de apresentação, falou do exemplo do vinho de Carcavelos, “um legado que agora começa a ser mais valorizado”, para fazer referência ao setor do vinho em geral, que tem tido uma grande evolução, fruto “do trabalho ímpar, de grande esforço, dos produtores portugueses”.

RECEVIN ENTIDADE PARCEIRA NA PROMOÇÃO DA GENUINIDADE DOS TERRITÓRIOS VINHATEIROS

O Concurso Cidades do Vinho conta com a colaboração da Recevin – Rede Europeia de Cidades do Vinho, entidade que é também parceira do concurso internacional Città del Vino e que agrega cerca de 600 cidades de mais de uma dezena de países, atribuindo desde 2016 a distinção da Cidade Europeia do Vinho, promovendo assim a genuinidade dos territórios vinhateiros.
O presidente da Recevin e presidente do município de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, marcou também presença nesta cerimónia e também ele está confiante num “número de amostras muito relevante nos dois concursos”. Anunciou também a realização da 5º Conferência Mundial de Enoturismo em Reguengos de Monsaraz em maio de 2021.

Outro evento internacional que irá marcar a agenda no próximo ano irá decorrer em Torres Vedras: o Concurso Mundial do Sauvignon, nos dias 12 e 13 de março, e do qual a AMPV é co-organizadora.
Carlos Bernardes, presidente da Câmara Municipal, destacou a afirmação inquestionável do setor do vinho em Portugal e “o trabalho da AMPV na afirmação dos territórios, onde a agricultura representa um pilar fundamental e a vinha e o vinho são determinantes”.
A realização deste concurso mundial em Torres Vedras vem contribuir para uma maior promoção da região. Estarão em prova cerca de 1000 vinhos, avaliados por um júri internacional composto por 80 especialistas de vários pontos do mundo.
Também ele destacou a importância da distinção de Torres Vedras enquanto Cidade Europeia do Vinho, juntamente com Alenquer, em 2018, realçando o impulso que esse galardão deu ao enoturismo local, que passou de 4 unidades em 2018 para 12 atualmente.

IMPORTANTES PERSONALIDADES DO SETOR ASSOCIAM-SE AO CONCURSO E INTEGRAM O JÚRI E AS COMISSÕES CIENTÍFICA E DE HONRA

Na presidência da Comissão de Honra e da Comissão Científica estão dois homens que há mais de 50 anos se dedicam ao setor. Vasco d’Avillez preside à Comissão de Honra e dispensa apresentações pelo seu percurso profissional ligado ao vinho e gosto pessoal pela história e pelas estórias associadas a este produto que há quase 1000 anos faz parte da cultura do nosso país. “É a pensar nessa herança que temos de pensar as rotas e o enoturismo, que são os braços armados do vinho, para chegarmos às pessoas, sobretudo às que vêm de fora”, apelou Vasco d’Avillez.
A presidir a Comissão Científica está o especialista e investigador António Curvelo Garcia, também ele um grande defensor da promoção dos vinhos ligados ao território e que o levou a fazer um levantamento dos brasões dos municípios, constando que há 63 que têm na sua heráldica elementos alusivos à uva ou ao vinho, “o que atesta precisamente essa ligação e revela o que é o nosso território”.
António Ventura ex-presidente da direção da Associação Portuguesa de Enologia e Viticultura (APEV) preside ao júri deste concurso e é com grande expectativa que olha para este concurso, que terá a avaliar os vinhos nele inscritos “alguns dos mais conceituados provadores nacionais”.

Nesta cerimónia intervieram ainda Álvaro Amaro, presidente do Conselho Diretivo da AMPV e presidente do município de Palmela; Jorge Sampaio, vice-presidente da Anadia, que apresentou a Prova Nacional de Vinhos; João Fernandes, presidente da Oikos, parceira da AMPV neste concurso, uma vez que todos os vinhos a concurso podem estar, de uma forma gratuita, para venda online na plataforma smartfarmer.pt; e Cátia Mateus, Rainha das Vindimas de Portugal.